
A organização sem fins lucrativos Women in Global Health, com sede no Reino Unido, divulgou um relatório que aponta que a área da saúde, apesar de ser majoritariamente feminina, com mulheres representando 70% do total de profissionais, tem somente 25% de mulheres em posições de liderança.
Mas essa não é a realidade na MedSênior. Na empresa que referência no cuidado com idosos, dos 162 cargos de gestão, 125 são ocupados por mulheres, ou seja, quase 80% do total. Elas estão também na alta gestão da companhia, um exemplo é a vice-presidente de Operações, dra Priscila Valentim.
Confira um bate papo superinteressante com ela sobre gestão, empoderamento feminino e mercado de trabalho.
Quando uma pessoa decide ser médica, há um desejo de cuidar das pessoas. Como, como gestora, você consegue exercer esse desejo?
O sentimento de cuidar não passou porque estou em um cargo de gestão. O que diferencia aqui é que o cuidado é em grande espectro, que vai além do cuidado médico-paciente. No cargo de gestão o dever é, também, cuidar das pessoas que trabalham com a gente e de suas famílias, cuidar dos nossos beneficiários que confiam na MedSênior. Sei que parecem coisas antagônicas, mas cuidar da empresa é cuidar de pessoas.
Na sua trajetória, houve algum momento decisivo que moldou sua visão sobre gestão na saúde?
Eu cheguei na MedSênior em 20015 e assumi o controle da parte Operacional da empresa e, sem dúvidas, esse turning point da minha carreira foi assumir a vice-presidência de uma empresa que tem como seu core business a medicina preventiva. O cuidado preventivo que garanta autônima para os beneficiários é o nosso norte. E, com 15 anos de história, registramos um crescimento médio de 40% ao ano, um resultado que vai na contramão do mercado de saúde.
O setor da saúde tem um grande número de mulheres, mas poucas em cargos de alta liderança. Como você enxerga essa realidade?
Acho que estamos em um momento de quebra de paradigma, onde as empresas estão percebendo que a gestão deve ser muito mais por competência do que por questões de gênero.
A MedSênior entende isso desde a sua fundação e hoje quase 80% do nosso quadro de gestão é composto por mulheres. Olhando a nossa realidade especificamente, eu vejo essa realidade como natural, porque a MedSênior começou apostando no público de terceira idade, até então escanteado pelo mercado. Nós vemos o potencial onde há potencial.
A MedSênior é um exemplo a ser seguido no setor pois tem 80% de sua liderança composta por mulheres. Como a MedSênior chegou a essa composição? Qual trabalho foi realizado para as mulheres ocupassem esse espaço?
Acho que o diferencial da nossa empresa é não impedir que uma pessoa chegue a um cargo de gestão simplesmente por ser mulher, por exemplo. O crescimento de carreira na MedSênior é baseado em competência e conhecimento. Nós valorizamos profissionais que apresentam essas características que consideramos que vai para além do gênero. Então, eu diria que a realidade da gestão na MedSênior foi construída de forma natural, sem discriminação, apostando em profissionais tecnicamente capazes e que gostem de trabalhar com pessoas, tenham cuidado com o outro.
Como é uma empresa comandada majoritariamente por mulheres? É diferente?
Acho que a principal diferença está na qualidade dos nossos profissionais. Nós apostamos em capacitação, conhecimento e competência então, ter pessoas assim em cargos de liderança causa um efeito de perpetuação dessas qualidades, ecoando em todos os nossos 3 mil colaboradores, refletindo em alta qualidade do serviço que prestamos e, consequentemente, em bons resultados.
O que significa para você exercer liderança em um setor que cuida do bem-estar das pessoas, especialmente do público 60+?
É uma grande responsabilidade! Temos mais de 200 mil pessoas que confiam em nós o cuidado com a sua saúde, confiam que com a MedSênior poderão desfrutar da terceira idade com mais tranquilidade, de forma plena e autônoma. Além disso, nosso beneficiário já passou por todas as fases da vida, provavelmente já passou por outros planos de saúde então, eles chegam pra gente já sabendo o que e como eles querem. Eles sabem reconhecer quando são cuidados de verdade então, temos que manter a qualidade dos serviços e, principalmente, o cuidado humanizado.
Quais são as suas referências femininas na carreira e na vida pessoal?
Tenho a sorte de ser cercada por mulheres incríveis, tanto em casa, na figura da minha mãe, quanto no trabalho. Tenho colegas fortes, competentes e brilhantes. Seria injusto citar apenas uma mulher. A verdade é que eu me inspiro em várias mulheres incríveis com quem tive e ainda tenho a honra de conviver.
Se pudesse dar um conselho para mulheres que sonham em ocupar posições de liderança, qual seria?
Capacite-se sempre! Estude, busque boas referências e, principalmente, lembre-se que empresas são feitas por pessoas então, saber conviver com elas é um diferencial.
O que o Dia Internacional da Mulher representa para você, e como a data pode ser um catalisador para mudanças concretas?
Acredito que é uma oportunidade para fazermos reflexões como essa. As mulheres possuem uma força incrível e precisam ser devidamente reconhecidas. Se as empresas olharem para o público feminino com igualdade, certamente vão alcançar voos mais longos.