No Brasil, a Doença de Alzheimer atinge cerca de 1,5 milhão de pessoas e identificar os sintomas nos estágios iniciais é fundamental para a assertividade do tratamento. O tema ganha foco novamente, durante o mês de setembro, quando acontece o Dia Mundial da Doença de Alzheimer (21/09).

“Quando não se conhece os sintomas iniciais, há perdas em relação ao diagnóstico precoce e a adoção de uma série de condutas capazes de evitar ou postergar o agravamento da doença”, alerta o geriatra e superintendente em Medicina Preventiva da MedSênior, Roni Chain Mukamal.

O especialista afirma, ainda, que algumas características da Doença de Alzheimer apresentam semelhanças com as mudanças que acontecem com o corpo humano enquanto envelhece e que elas não caracterizam nenhum problema de saúde, sendo apenas consequências de um processo natural.

“Durante o envelhecimento, o idoso esquece nomes de artistas, ocasionalmente guarda coisas em lugares errados, apresenta alterações de humor devido a fatos concretos e eventualmente tem dificuldade para achar palavras”, descreve Roni.

Já a Doença de Alzheimer, geralmente, tem os seguintes sinais:

– Esquece nomes de pessoas próximas;
– Guarda coisas em lugares incomuns;
– Tem súbitas alterações de humor sem motivos;
– Não consegue lembrar palavras e faz substituições por outras sem sentido

Por tanto, ao notar esses sintomas, é fundamental procurar um médico, seja geriatra, neurologista ou o médico de referência e relatar o que tem sido percebido. Apenas um especialista é capaz de fazer os exames necessários para confirmação ou não de um diagnóstico.

Quais alimentos previnem a Doença de Alzheimer?

O trabalho de combate a questões relacionadas à perda de memória passa, também, pela mesa. A nutricionista da MedSênior Giselli Prucoli destaca um dado que pouca gente sabe ou desconfia: 90% da nossa serotonina, mais conhecido como hormônio do prazer, é produzida no intestino.

Ou seja, o intestino se comunica diretamente com o cérebro, e o bom ou mau funcionamento de um está diretamente ligado com o desempenho de outro.

“Ter um intestino saudável envolve uma alimentação rica em alimentos antioxidantes, rica em fibras, beber água adequadamente e, principalmente, evitar ao máximo o consumo de alimentos ultraprocessados”, orienta a especialista.

Ela ainda alerta que uma boa rotina de sono e a prática de atividades são essenciais para a saúde cerebral.

Nesse sentido, Gisele listou alguns alimentos que têm potencial para contribuir para a saúde do cérebro. Confira:

Brócolis e espinafre: Ambos são fontes de vitamina K e nitrato, nutrientes conhecidos por fortalecer nossa capacidade cognitiva, melhora a habilidade de raciocínio e aprendizagem. Têm papel importante na manutenção da função cerebral e em manter a memória afiada.

Cacau: Além de ser rico em ferro, fibras e magnésio, é fonte de flavonoides, que aumentam a circulação sanguínea cerebral. O resultado é uma melhora das funções cognitivas, na memória e até no humor.

Café: Possui duas substâncias importantes: cafeína e antioxidantes, que deixam o cérebro em estado de alerta, o que melhora bastante a concentração e o processo de aprendizagem. Para melhorar sua capacidade de foco, basta consumir uma xícara grande de café pela manhã.

Cúrcuma: O principal ingrediente ativo deste tempero é a curcumina, uma substância que turbina a memória e estimula a neurogênese (processo de formação de novas células cerebrais). A substância consegue ainda reduzir inflamações do cérebro, uma das causas primárias do Alzheimer.

Linhaça e semente de abóbora: Fontes de ômega-3, um ácido graxo importantíssimo para o bom funcionamento cerebral. Além de melhorar o humor, eles catalisam nossa capacidade de aprendizagem.

Nozes: Contém nutrientes essenciais para o funcionamento pleno do cérebro, como a vitamina E, que previne o declínio da nossa capacidade cognitiva. Também é rica em ômega3 e em antioxidantes. Seu consumo moderado e rotineiro favorece uma melhora da memória e protege o cérebro contra a ação de radicais livres.

Abacate: A fruta é rica em gorduras monoinsaturadas, que fazem bem ao sistema cardiovascular e combatem problemas como colesterol alto. Assim como todo o corpo, o cérebro também depende de uma boa circulação sanguínea para funcionar bem.

Frutas amarelas: são ricas em vitamina C, um antioxidante natural que preserva a saúde do cérebro. Os carotenoides responsáveis pela cor das frutas também previnem o envelhecimento precoce e melhora a capacidade de renovação das células cerebrais.

Broto de feijão: Muito presente na culinária japonesa, o broto de feijão é fonte de inositol, uma vitamina do complexo B que atua diretamente no funcionamento do cérebro. Esse nutriente atua na produção de serotonina, que, entre outras funções, ajuda no estado de vigília do cérebro e nas funções intelectuais.