Você já sentiu um desconforto incomum no olho, seja com dor e coceira? Com a mudança no tempo e o contato com a poluição nas cidades, a síndrome do olho seco, ou síndrome da disfunção lacrimal, pode se tornar bastante comum especialmente no inverno, dadas as temperaturas mais baixas e o clima seco.
Ainda que seja bastante incômodo, é possível identificar rapidamente o problema, tratar e prevenir, já que nunca é uma experiência muito boa.
A síndrome do olho seco (semelhante a outras doenças que atingem o globo ocular) costuma acometer determinados públicos, como as crianças e os idosos, principalmente. Como esses grupos têm a visão mais sensível, podem desenvolver a síndrome do olho seco com mais facilidade. Além disso, assim como as mudanças no ambiente, as heranças genéticas também têm grande influência.
Mas, antes de já buscar por colírios ou receitas caseiras, muita calma: o MedSênior irá te explicar tudo o que você precisa saber sobre esse assunto, para que alivie os sintomas e trate o problema da melhor maneira possível!
O que é a síndrome do olho seco?
Segundo dados do Hospital Israelita Albert Einstein, o diagnóstico da síndrome do olho seco é muito comum no Brasil, acometendo cerca de 2 milhões de pessoas ao ano. Em geral, os sintomas são identificados pelo próprio paciente, mas deve ter avaliação médica para um tratamento assertivo e que não cause problemas definitivos à visão.
Como citamos anteriormente, a síndrome do olho seco pode ter influências externas (do ambiente em que vivemos), mas também, em grande parte, pode ser explicada pelo histórico familiar. Nesses casos, a doença pode ser crônica, durando anos ou até mesmo a vida inteira, exigindo tratamento e prevenção contínua.
De maneira resumida, a síndrome dos olhos secos é uma doença caracterizada pela falta de lubrificação na superfície ocular. Quando se possui esse problema, as glândulas lacrimais, responsáveis por manter os olhos lubrificados, não funcionam da forma correta, e, assim, o filme lacrimal (a secreção que conhecemos como lágrima) não é liberado.
Dentre os principais sintomas da síndrome do olho seco, estão:
- Dores localizadas na região dos olhos;
- Secura, coceira e ardência;
- Desconforto ocular (por exemplo, ao piscar);
- Sensação de que há algo no olho;
- Tensão ocular (dores de cabeça);
- Irritação ou vermelhidão;
- Sensação de ferroada; e
- Sensibilidade à luz.
Essa síndrome pode estar atrelada, também, a alguns hábitos que facilitam o desenvolvimento da doença, que podem causar desconforto à visão.
Estar constantemente em ambiente com ar condicionado, por exemplo, pode influenciar na secura ocular. Outros fatores de risco também podem ser considerados: o uso de lentes de contato e uso de determinados medicamentos são alguns deles.
Tratamento
A síndrome do olho seco, em geral, não é um problema grave, sendo bem fácil de tratar. Após um diagnóstico apropriado de um médico, pode ser recomendado um lubrificante artificial, semelhante a um colírio.
Entretanto, é importante destacar aqui que esses dois produtos são bastante diferentes: os lubrificantes oculares são compostos sem a adição de conservantes, naturais e menos nocivos para a visão, podendo ser utilizados constantemente.
Por outro lado, os colírios não seguem esse princípio, havendo alguns conservantes em suas fórmulas e, consequentemente, podendo agredir o epitélio da córnea.
Os colírios podem ser utilizados pontualmente, por exemplo, quando um cisco cai em nossos olhos ou enfrentamos uma vermelhidão momentânea (por alguma irritação, como durante uma crise de rinite). Ele irá auxiliar como vasodilatador, deixando a esclera (a parte branca de nossos olhos) mais clara e com aparência mais saudável.
Porém, não se engane: o uso excessivo de colírios pode prejudicar as glândulas lacrimais, causando efeito rebote (ou seja, deixando os olhos mais secos, ao invés de auxiliar na lubrificação).
Outro detalhe que deve ser levado em consideração é conversar com o médico sobre possíveis efeitos colaterais de medicações. Antibióticos, tratamentos para a artrite reumatoide, ou reposições hormonais (para mulheres na fase da menopausa) também influenciam no funcionamento das glândulas lacrimais.
Prevenção
A melhor maneira de se prevenir contra esse problema é através da mudança de alguns hábitos. Caso você use lentes de contato ou óculos, procure ter um lubrificante ocular sempre em mãos, fazendo o uso sempre que sentir algum incômodo.
Estima-se que pessoas diagnosticadas com miopia ou hipermetropia, por exemplo, tenham maior dificuldade em produzir lágrimas suficientes para manter os olhos lubrificados. Então, fique atento!
Outra dica é evitar o uso excessivo de aparelhos eletrônicos, como celulares, computadores, televisões ou tablets. O contato direto com as luzes artificiais, vindas desses aparelhos, pode machucar a visão.
A recomendação, aqui, é que, caso seja indispensável, você se proteja fazendo pausas de tempos em tempos (10 minutos para cada uma ou duas horas de uso). Por fim, não esqueça que a hidratação é fundamental para todo o funcionamento do seu organismo – principalmente dos olhos. Afinal, a lágrima é feita principalmente de água. Sendo assim, siga os conselhos dos médicos, consumindo aproximadamente 2 litros por dia!