A relação entre avós e netos é uma das mais prazerosas que existem. Afinal, ter um bebê ou criança em casa é sempre um motivo para alegria da família, e, conforme eles vão crescendo, as relações se estreitam e viram parcerias para toda a vida.
No entanto, muitos pais e filhos têm problemas para estabelecer os parâmetros da educação da criança. Os avós são famosos por "mimar" os netos, e, se isso fica fora de controle, pode gerar muitos problemas.
A verdade é que, de fato, os avós são parte secundária na educação familiar, sendo os pais a principal autoridade. Mas, vez ou outra, podemos acabar discordando na maneira de lidar com uma certa situação, desde a troca das fraldas, até a proibição de doces ou o tempo na televisão.
E, ainda que seja um assunto delicado, é importante existir uma conversa para estabelecer limites na relação, entendendo até onde cada um pode ir. Para isso, o MedSênior organizou nesse artigo alguns passos que você, enquanto pai, mãe, avô ou avó, pode começar a colocar em prática para garantir a harmonia familiar e aproveitar ao máximo!
A importância de participar da vida dos netos
Acompanhar a vida das crianças é sempre uma diversão para a família, mas algumas atitudes podem render dores de cabeça que seriam evitadas por meio da comunicação. Como explica a sabedoria popular, avós são pais duas vezes.
Eles ficam preocupados quando eles estão com outra pessoa, se vão dar conta de cuidar de tudo, e entendem muito bem quais as necessidades e desejos para a criança. Toda essa experiência proporciona o que é necessário para ter um bom relacionamento – pelo menos na teoria.
No entanto, uma pesquisa publicada na revista científica Evolution and Human Behavior constatou que avós que ajudam a cuidar dos netos vivem mais do que aqueles que não têm participação ativa na rotina deles.
O estudo foi feito com 500 idosos divididos em três grupos: um que não participava em nada na vida dos netos, outro em que os avós participaram parcialmente, e outro que era totalmente ativo. O resultado foi que os avós que participaram mais na vida dos netos tiveram uma vida mais longa que os demais. Ou seja, viver em companhia dos netos pode aumentar a expectativa de vida dos avós.
O benefício também é observado pelo outro lado. Em outra pesquisa, desta vez realizada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que pessoas que cresceram em convivência frequente com os avós têm uma vida melhor, mais saudável, e são mais felizes do que aqueles que viveram ou vivem mais afastados.
Sendo assim, é fato que a relação de afeto entre essas pessoas têm efeitos benéficos para o nosso desenvolvimento, podendo fazer com que nossa vida seja mais proveitosa e com uma maior qualidade.
Como colocar limites nessa participação?
Ainda que seja muito benéfico para ambas as partes, assim como qualquer relacionamento, é importante impor limites. Se os avós são conhecidos por "estragar" os netos, essa fama não é à toa, já que é bastante comum que os avós não se sintam tão comprometidos com a seriedade na educação como os pais. Além disso, por estarem na maturidade, avós querem curtir as crianças, não é mesmo?
Entretanto, os limites nas relações (tanto do avô com o pai, e do avô com o neto) são importantes para manter a boa convivência. Saber quais são os parâmetros da educação e da autoridade de ambas as figuras (que estabelecem paternidade com as crianças) são fundamentais para permitir que o outro tenha seu espaço, além de não alienar a criança de modo que ela acredite que os pais são "chatos", e que com os avós podem fazer o que querem.
Por isso, o diálogo é fundamental. Conversar com os filhos sobre a educação dos netos é uma boa forma de manter o relacionamento saudável. Alguns especialistas indicam que a vontade dos pais deve ser respeitada em primeiro lugar, e que os avós evitem realizar argumentos contrários na frente das crianças, evitando, assim, o conflito e a desobediência no futuro.
Lembre-se que, assim como os filhos, os netos também são sementinhas que deixamos pelo mundo e que eles devem se tornar jovens e adultos responsáveis e respeitosos. Então, estimule sempre que a criança escute o que os pais têm a dizer, e busque fazer concessões em conjunto – com a participação de todos os membros da família, para que não haja conflitos e todo mundo consiga viver de maneira harmoniosa e feliz, sempre unidos!